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Pesquisa aponta soluções para o controle da praga ácaro-vermelho
Nos aviários
Pesquisadores do Câmpus Santa Helena são autores de um estudo que avalia in vitro o efeito por contato direto e residual de diferentes tratamentos não químicos sobre a manejo do ácaro-vermelho Dermanyssus gallinae. Este ácaro é considerado uma praga ao atacar as aves nas condições dos aviários. A pesquisa analisou o ácaro no contexto da avicultura comercial da região Oeste do Paraná.
Os estudos são dos alunos de Licenciatura em Ciências Biológicas, Rafael Freire Miguel, Erick Ribeiro, e do professor do Câmpus, Daian Guilherme Pinto de Oliveira, em parceria com a Unioeste de Cascavel.
Segundo os pesquisadores, nos aviários, os ácaros encontram um ambiente favorável pois, além de temperatura, umidade e abrigo, há alimento abundante, já que eles são hematófagos (se alimentam de sangue) e as aves permanecem continuamente no aviário, sem troca de ambiente.
Entre os sintomas encontrados nas aves acometidas pela praga registram-se alterações como o arrancar das penas com os bicos, agitação do corpo, asas e cabeça, principalmente à noite (período no qual as aves estariam destinadas ao descanso), além de lesões cutâneas e alterações no hemograma podendo causar uma anemia fatal.
Para os experimentos, os ácaros oriundos de aviários comerciais foram coletados e levados ao laboratório, inseridos em tubos de vidro. Cada tratamento consistiu de seis repetições com 25 ácaros e os testes utilizaram óleo mineral, hipoclorito de sódio, detergente, terra de diatomácea (utilizada em controle de pragas em grãos), fungo Beauveria bassiana não formulado e o mesmo fungo formulado em óleo emulsionável.
As substâncias foram colocadas nos ácaros em um pedaço de papel filtro e depois inseridas em tubos e incubadas em condições controladas por sete dias. Os maiores índices de mortalidade da espécie, por contato direto, foram obtidos nos tratamentos com detergente (100%), com o fungo B. bassiana formulado (98,3%) e com a terra diatomácea (96,7%), os quais não diferiram entre si. Já com efeito residual, os maiores índices de mortalidade foram com o fungo B. bassiana, com 100% no tratamento Formulado, e 99% no Não Formulado.
Com relação ao tempo de mortalidade, os tratamentos com detergente e óleo mineral (61,7%) foram os mais rápidos, atingindo os índices após dois dias do contato direto. No efeito residual, esse desempenho não se repetiu. Somente os tratamentos com hipoclorito de sódio e o fungo formulado não diferiram significativamente quando comparadas às metodologias de contato.
Com os resultados, os pesquisadores recomendaram o potencial destes métodos para o controle desta praga, e estão atualmente avaliando os efeitos destes tratamentos em condições de campo.
Premiação
O trabalho foi apresentado no 16° Simpósio de Controle Biológico (Siconbiol), realizado em agosto em Londrina e foi premiado na modalidade de apresentação oral. O simpósio é considerado o maior evento de Controle Biológico da América Latina.
Para o professor Daian, a premiação é muito importante para a UTFPR. “Isso demonstra que o Câmpus Santa Helena está no caminho certo para consolidar a pesquisa e oportunizar aos discentes uma sólida iniciação científica, mesmo em tempos tão difíceis para ciência no país”, destaca.