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Pesquisa aponta soluções para o controle da praga ácaro-vermelho

Nos aviários

publicado: 03/09/2019 09h16 última modificação: 31/10/2022 09h15
Os ácaros encontram um ambiente favorável em aviários

Os ácaros encontram um ambiente favorável em aviários

Pesquisadores do Câmpus Santa Helena são autores de um estudo que avalia in vitro o efeito por contato direto e residual de diferentes tratamentos não químicos sobre a manejo do ácaro-vermelho Dermanyssus gallinae. Este ácaro é considerado uma praga ao atacar as aves nas condições dos aviários. A pesquisa analisou o ácaro no contexto da avicultura comercial da região Oeste do Paraná.

Os estudos são dos alunos de Licenciatura em Ciências Biológicas, Rafael Freire Miguel, Erick Ribeiro, e do professor do Câmpus, Daian Guilherme Pinto de Oliveira, em parceria com a Unioeste de Cascavel.

Segundo os pesquisadores, nos aviários, os ácaros encontram um ambiente favorável pois, além de temperatura, umidade e abrigo, há alimento abundante, já que eles são hematófagos (se alimentam de sangue) e as aves permanecem continuamente no aviário, sem troca de ambiente.

Entre os sintomas encontrados nas aves acometidas pela praga registram-se alterações como o arrancar das penas com os bicos, agitação do corpo, asas e cabeça, principalmente à noite (período no qual as aves estariam destinadas ao descanso), além de lesões cutâneas e alterações no hemograma podendo causar uma anemia fatal.

Para os experimentos, os ácaros oriundos de aviários comerciais foram coletados e levados ao laboratório, inseridos em tubos de vidro. Cada tratamento consistiu de seis repetições com 25 ácaros e os testes utilizaram óleo mineral, hipoclorito de sódio, detergente, terra de diatomácea (utilizada em controle de pragas em grãos), fungo Beauveria bassiana não formulado e o mesmo fungo formulado em óleo emulsionável.

As substâncias foram colocadas nos ácaros em um pedaço de papel filtro e depois inseridas em tubos e incubadas em condições controladas por sete dias. Os maiores índices de mortalidade da espécie, por contato direto, foram obtidos nos tratamentos com detergente (100%), com o fungo B. bassiana formulado (98,3%) e com a terra diatomácea (96,7%), os quais não diferiram entre si. Já com efeito residual, os maiores índices de mortalidade foram com o fungo B. bassiana, com 100% no tratamento Formulado, e 99% no Não Formulado.

Com relação ao tempo de mortalidade, os tratamentos com detergente e óleo mineral (61,7%) foram os mais rápidos, atingindo os índices após dois dias do contato direto. No efeito residual, esse desempenho não se repetiu. Somente os tratamentos com hipoclorito de sódio e o fungo formulado não diferiram significativamente quando comparadas às metodologias de contato.

Com os resultados, os pesquisadores recomendaram o potencial destes métodos para o controle desta praga, e estão atualmente avaliando os efeitos destes tratamentos em condições de campo.

Premiação
O trabalho foi apresentado no 16° Simpósio de Controle Biológico (Siconbiol), realizado em agosto em Londrina e foi premiado na modalidade de apresentação oral. O simpósio é considerado o maior evento de Controle Biológico da América Latina.

Para o professor Daian, a premiação é muito importante para a UTFPR. “Isso demonstra que o Câmpus Santa Helena está no caminho certo para consolidar a pesquisa e oportunizar aos discentes uma sólida iniciação científica, mesmo em tempos tão difíceis para ciência no país”, destaca.