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Agronomia da UTFPR Pato Branco realiza experimentação inédita sobre Excursão Técnica Virtual, a uma Unidade de Referência do Projeto Piloto de sistema agroflorestal em Cordisburgo (MG)
publicado: 02/10/2020 17h52 última modificação: 03/11/2022 17h39

Desde o início da pandemia, desencadeada em nosso País, mais precisamente, a partir da segunda quinzena de março, o professor da disciplina de Extensão Rural, do curso de Agronomia, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Câmpus Pato Branco, professor Wilson Itamar Godoy, vem desenvolvendo trabalhos em conjunto com a Emater de Minas Gerais (MG), no sentido de desenvolver metodologias via TICs (Tecnologia de Informação e Comunicação), que viabilizem as atividades da extensão rural, tendo em vista que o isolamento social determinado pelas autoridades sanitárias proibiu o contato físico dos técnicos com os agricultores assistidos.

A iniciativa oportunizou aos acadêmicos realizarem a visita virtual a uma propriedade que é atualmente Unidade de Referência do Projeto Piloto Emater-MG/Anater, em Cordisburgo (MG), onde o proprietário adotou o sistema agroflorestal. Pela plataforma visitaram a propriedade e cada um falou um pouco, como se fosse uma visita presencial. 

A Unidade de Referência é uma estratégia metodológica extensionista desenvolvida em uma propriedade agrícola representativa, geralmente diversificada, assistida por profissional da extensão rural pública oficial, de maneira a conhecer e otimizar as atividades do sistema de produção. Também pode ser chamada de propriedade demonstrativa. 

A visita virtual aconteceu através de um esforço conjunto de diversos profissionais, entre eles o professor de Extensão Rural, engenheiro agrônomo, Wilson Itamar Godoy, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Câmpus Pato Branco, e o diretor estadual de Metodologia, Ademar Moreira Pires, contando também com a participação do coordenador estadual Fernando Tinoco, do coordenador regional Eugênio Paccelli e do extensionista do Escritório Local de Cordisburgo, Glauco Francisco, da Emater-MG.

A visita ocorreu no dia 17 de setembro em uma propriedade que é atualmente uma Unidade de Referência do Projeto Piloto Emater-MG/Anater, em Cordisburgo (MG), onde o proprietário Caio Henrique Pessoa Gaspar, que adotou o sistema agroflorestal, mostrou o trabalho desenvolvido "in loco".

Participaram da excursão alunos da UTFPR, Câmpus Pato Branco, Extensionistas da Epagri, de Santa Catarina e do IDR-Paraná, e professores da UNAM da Argentina.

A pequena unidade familiar pratica o sistema agroflorestal (SAF) que é uma forma de uso do solo que combina, em uma mesma área e ao mesmo tempo, o cultivo de espécies perenes, espécies semi-perenes e espécies de ciclo curto, juntamente com animais, proporcionando uma maior diversificação e distribuição da renda na unidade ao longo do tempo.

O principal destaque da Excursão técnica virtual “foi a adaptação que está sendo desenvolvida em conjunto com a Emater - MG, no sentido de proporcionar aos agricultores participarem de novas experiências de forma virtual, a grande distâncias, sem se deslocar da casa, de forma segura, rápida e econômica, fundamentais neste período de pandemia”, avaliou Godoy.

Neste novo formato, substituindo a metodologia presencial pela metodologia virtual, se observam algumas vantagens. “Até pouco atrás, antes do início da pandemia os extensionistas quando se utilizavam das metodologias excursão ou visita técnica para proporcionar aos agricultores alguma realidade diferente, essa era realizada de forma presencial e física, o que diante da pandemia e do isolamento social, tornou-se inviável”, declarou o professor.

“Desta forma, estamos criando alternativas, as metodologias presenciais, que julgamos muito interessante e que até agora foram utilizadas, e que não deverão deixar de existir, mas que, em algumas situações poderá ser devidamente aplicada e compreendida, serem substituídas por metodologia virtuais”, complementou.

Neste novo formato, substituindo a metodologia presencial pela metodologia virtual, se observam algumas vantagens na metodologia virtual. “Conseguimos levar até uma propriedade  em Cordisburgo-MG, distante 1550 km de Pato Branco (PR), de forma instantânea, uma turma de 30 alunos e professores de agronomia, professores da Universidade Nacional de Missiones (AR), extensionistas de SC e do IDR-Paraná, bem como diretores da Emater MG, de Belo Horizonte. O  deslocamento teve um custo bastante reduzido para os participantes, não houve contato físico preservando o isolamento social e sem a grande perda no deslocamento de ida e de volta que esta viagem exigiria, declarou o professor.

No entanto, como “é uma metodologia que ainda está em desenvolvimento e apresenta algumas dificuldades para sua execução, tais como o despreparo de alguns técnicos para aceitarem as TICs e operar as plataformas interativas, sinal telefônico inexistente ou de baixa qualidade em muitas propriedades e a falta de infraestrutura técnica (equipamentos de captação e transmissão de imagens e som) por parte dos atores envolvidos”, destacou Godoy.

Contudo, esta metodologia apresenta um infinito potencial e uma imensa utilidade para as empresas de assistência técnica e extensão rural, bem como para o público envolvido, tais como possibilitar a participação de um grande número de pessoas em eventos a grandes distâncias, com um custo muito baixo e com rapidez praticamente instantânea.

Também estão sendo desenvolvidas outras metodologias de extensão rural que antes da pandemia eram muito utilizadas de forma presencial tais como as visitas, reuniões e dias de campo, que apresentam grande potencial de utilização.